O Salto no Escuro
- Amanda Wamy

- 10 de out.
- 2 min de leitura

Sempre tive a convicção de que a carreira de escritora não era um caminho fácil. Sempre me soou como: qualquer um pode escrever, mas alguns serão lidos e poucos serão lembrados. Talvez seja pelo que escutei uma vez, lá atrás, ainda na adolescência: "Escritora no Brasil? Mas aqui ninguém lê!" De fato, acreditei em muitas "verdades", mas precisei lembrar da minha própria história para bater o pé e falar: "Sim, sou escritora. Para quem lê e para inspirar novos leitores."
No início, era puro medo, e ele quase que gritava: "Não escreva! Não se exponha!" Meu coração acelerava com mil medos irreais. O que eu ia escrever? Quem leria? A tela em branco parecia um abismo. Mas, em vez de pular, eu dei o primeiro passo. Comecei a escrever sobre o que eu realmente amava: fantasia. As páginas do meu diário ficaram apenas para meus sentimentos e planos para o futuro.
Enfrentar meu medo foi um ato tão corajoso que hoje me orgulho muito de mim. Pensei: quantos sonhos o medo já roubou? O meu não seria mais um. Descobri que em cada verso posso me expor ou me esconder, e só eu saberei quando e como fazer isso. Escrever uma página foi incrível, me fortificou. Escrever um livro me fez crescer.
E eu cresci tanto que não cabia mais em mim. Um livro não era o suficiente, uma rede social era só uma estação movimentada. Eu queria arriscar!
Foi então que surgiu a ideia de criar um site, um que tivesse a minha cara, a minha voz. Uma casa literária, onde o leitor não se sentisse em uma estação de passagem ou em um drive-thru literário. Não! Eu queria que o site fosse uma casa. Minha casa aconchegante, onde as portas estão abertas para todos aqueles que apreciam a literatura.
Com cada detalhe do site, eu não estava apenas compartilhando, eu estava me entendendo. Me curando. O site deixou de ser uma vitrine e se tornou um espelho. Através das palavras, vi minhas próprias forças e fraquezas de uma forma que nunca havia percebido. O medo de não ter o que dizer se transformou na empolgação de ter uma voz. A incerteza sobre meu rumo profissional se dissolveu na clareza de saber que meu propósito não era seguir um mapa, mas sim criar o meu próprio.
Hoje, quando olho para trás, vejo que montar este site foi muito mais do que uma decisão de carreira. Foi um ato de autodescoberta. Foi o momento em que parei de me definir pelo que os outros esperavam de mim e comecei a me definir pelo que eu realmente sou. E essa, para mim, é a maior transformação de todas.
Então, só posso desejar a todos vocês que me acompanham: que sejam bem-vindos à minha nova casa. Peguem sua xícara de chá, escolham um texto, leiam, e depois vamos conversar!



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